Doce e quebrada

"E somos você e eu
e todas as pessoas.
E eu não sei por quê,
não consigo tirar meus olhos de você"
[You and Me - Lifehouse]

Era um dia claro, de um céu incrivelmente azul. Mas esse fator não alterava o estado no qual se encontrava a nossa doce e quebrada menina. Ela estava andando pelo caminho que se localizava no meio da avenida, este era uma espécie de calçada com árvores de copas imensas que faziam não só o seu, mas o trajeto de várias outras pessoas mais especial. Contudo não eram esses os tipos de reflexões que sobrevoavam a sua cabeça. Tudo o que ela pensava, era em como aquele garoto podia ser capaz de lhe montar tal armadilha, lhe olhar com aqueles olhos de promessa e depois, como quem nada quer, sair.

Inersa, ela andava mexendo em seus cabelos, nas pontas dele para ser mais exata, fazendo disso uma terapia de equilibrio. Ela não podia cair. Ela tinha que andar, não gritar, não tropeçar.. E não, mas de forma alguma, chorar. Tarde demais. A essa altura ela já nem mais sentia o chão sob suas pisadas. As únicas partes do seu corpo que tinha ciência, eram as lágrimas que lhe embaçam as vistas e seu coração que doía de uma forma que ela não sabia ser capaz.

Como ele podia ser tão covarde e tão prepotente? Fazer dela uma apaixonada pelos seus olhos, seu sorriso calmo, seu andar leve, seu ar romântico e nem sequer, sentir nada em troca ou nada parecido. Mas ele a olhava e para aquela moreninha de cabelos ao vento isso era simplismente incrível. Só que nós temos uma percepção maior da situação e sabemos que isso pode ser o tudo, o nada ou alguma coisa.

Tanto faz agora... Ela não passa de uma menina doce e quebrada criando forças para ir embora, já que ele insiste em ficar.