
Eles estão juntos há tempos incontáveis. A energia que aflora no lugar no qual eles ocupam é simples, porem mágica. E olhar para eles, juntos, é como ver meus próprios sonhos materializados. Contudo, ultimamente tenho os visto murchos, distantes. Como se o amor tivesse levado um banho de cinza. Em uma tarde qualquer, ele se sentou ao meu lado e disse:
- Ela vai embora.
- O que? - Indaguei abrindo os olhos de tanta indignação.
- Não me olhe desse jeito como se a culpa fosse minha.. - Me disse quase chorando. - O pai dela foi transferido para algum lugar da Ásia, não sei bem o nome, e ela não pode simplismnete dizer que não quer ir. Você sabe..
- Não, eu não sei. - continuei. - Ela pode muito bem ficar na casa das primas dela. Quer dizer, ela praticamente já faz isso, o pai trabalha o dia inteiro..
- Mas Fernanda, é muito mais que isso. - Pausou. - Ela se sente na obrigação de estar com o pai, depois da morte da mãe. Ela tem esse direito. Eu não posso simplismente, dizer "não vá" e deixa-la dividida. É cruel demais.
- Você precisa fazer alguma coisa.. - falei pensativa.
- Mas o que?
- Eu ainda não sei, mas vou ter uma ideia.