É meio de Agosto e a noite cai. Meus pés estão como mármore, frios e gelados. Vejo você vindo em minha direção e fecho os olhos.
Claro, simples e volúvel. Assim sempre fora nosso amor. Você era como meu maior entendedor, me conhecia. Era como se de alguma forma tivesse em sua posse meu manual de instruções. E eu era grata por isso, não duvide. Mas é demasiado frustrante, sei que terceiros podem vir a me entender, ter alguem ao lado tão... tão bom. Um grande evitador de brigas, que sabe tudo como você quer e gosta, que só fala o que você quer ouvir e não te dá a oportunidade de se afogar, sabe?! Ao seu lado eu sentia que poderia boiar por uma eternidade, tubarões jamais viriam. Porem, tudo o que eu mais queria era perigo. Sentir medo de te perder, de você ir embora, do seu coração me escapar da mão ou até mesmo ter você furtado de mim.
Eu temo que haja dor, mas já é meio de Agosto... Faz tempo. Meus pés estão como mármore, frios e gelados, porque o vejo vindo em minha direção enquanto a noite cai. Meu desejo é ir até você e dizer que quero te pedir desculpas. Parti seu coração da forma mais humilhante que qualquer um pode ser partido. Traição. Mas te machucando mais ou não, quero que saiba que eu serei sempre sua, tão certo como o sol nasce todas as manhãs. E não tente me entender. Você, mais do que ninguem, sabe como eu posso ser clara, simples e volúvel.
*Gente, pelo amor de Deus, esse como a maioria dos meus textos não é autobiográfico. Lembrem-se: a escrita literária dispensa fatos reais, mas toda palavra exige sentimentos verdadeiros.
