É fim de tarde e o rosa-grená iluminava todo o quarto. Ela se encontrava ofegante em sua poltrona florida azul, olhando para as estrelas florescentes presas no teto do seu quarto... Esperando que com a escuridão que se seguiria, elas começassem a brilhar.
Estava andando pela rua em direção ao caminho de casa, logo após a escola. Distraída e com ar áereo ela se assusta com uma voz masculina, meio conhecida, correndo atrás de um carro. A Hilux perceguida pelo garoto para, e do carro ele desce. Lindo, charmoso e com uma expressão deliciosamente confusa.
- Você me esqueceu na escola. - dizia o menino que a havia assustado.
- Bom, meu pai não vai gostar disso... - suspirou o objeto de seus desejos, em resposta.
Ela o conhecia bem e sabia o porque do pai dele se aborrecer. Afinal, alem dele ser o garoto mais popular, era tambem de uma família rica, cheia de etiqueta e comportamento. E por mais que para muitos não fizesse muito sentido a razão para o pai dele não gostar, ela o entendia perfeitamente.
- Bom, você pode vir andando comigo e almoçar lá em casa - disse de impulso, sabia que o pai dele iria gostar, pois seu pais eram amigos.
Flash. Eles já estavam na casa dela e enquanto ele almoçava, ela dirigiu-se para seu quarto para vestir uma roupa bonita e que fizesse ele engasgar. Tinha certeza que isso o faria se apaixonar por ela. Tira roupa, troca roupa, essa não está legal e por fim ela houve uma voz que lhe diz: "Não é isso o que ele espera de você, não é isso que ele quer de você". E tudo faz sentido, ela acordara e entendera.
Percebe que já é fim de tarde e que o rosa-grená iluminava todo o quarto. Percebe que nem tudo o que ela achava que alguem gostaria de ver, é o que essa pessoa realmente espera enxergar. Percebe agora, olhando para as estrelas florescentes presas no teto do seu quarto, que niguem se apaixona pelo que vê em alguem, mas sim pelas sensações que esse alguem dá ao amor com a sua individualidade única.
