
Ela sempre usava seu corpo como convite de entrada para tudo, entenda isso da forma como preferir mas sem julgar, por favor. Não gostava de pensar, porque isso fazia sua cabeça apertar. Não gostava de amar, porque isso fazia seu coração latejar... Ela só queria que os dias passassem e que o tempo corresse, só isso.
Tinha medo de se aprisionar no outro, de sofrer pelo outro, de chorar... De temer... Se ocupando em não pensar... Se preocupando em fugir de si mesma, ela esqueceu que chega uma hora que não dá mais pra fugir. Em algum momento a gente se encontra sozinho no quarto e tudo o que não pode ser, se faz... Os olhos fecham e o flashback acontece, os olhos gritam e alma pede socorro.
Nos encontramos encurralados, mas não pelo outro ou pelo medo. É por nós mesmo, presos nas grades da nossa alma. Em um lugar onde não veremos o sol nascer quadrado, mas sim o coração nascer queimado...