Estações que mudam

"Agora, se você virar as costas,
baby tudo bem.
Pelo menos teremos um momento
antes de dizer adeus."

[Can't Lose What You Never Had - Westlife]


Se te digo assim, é porque tenho medo. Um medo confuso que parte de tudo que é incerto e me parece impossivel. Se te olho assim, é porque tenho vergonha. Uma vergonha que me faz imaginar as reações que eu teria a cada toque seu. Se eu te sorrio assim, é porque tenho mistério. Um mistério que disfaça o que eu, realmente quero para mim. Tal que ignora todos os olhares das faces que não venham da sua.

É como subir em uma plataforma de dez andares, em um clube. Eu entro, e a porta tranca. Não adianta gritar, o vigia não ouviria. E eu tenho duas escolhas: ou me jogo em pé na piscina, ou durmo lá até que o dia amanheça, correndo o risco de me mexer demais e cair de mal jeito.
Talvez, no momento em que eu pular, você resolva me fazer companhia e nós fiquemos contando estrelas enquanto boiamos sobre a água. Talvez, você nem queira ver quem pulou, de forma que eu tenha que nadar até a borda. Sozinha. E está última, é algo que não tenha certeza se terei força para fazer.

Então vamos deixar assim, em um sentimento de todas as estações que mudam. Nada a permanecer, esperando que flua.